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Resenhas BRGF: CD “Fingerprint”, de Zé Flávio

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O lançamento do CD “Fingerprint”, de Zé Flávio, vem cobrir uma lacuna enorme que havia na discografia gaúcha do século XX, uma vez que se trata de um dos melhores compositores de rock, pop e MPB da história da música feita no RS. Mas nem por isso deixa de ser um produto do século XXI, atualíssimo. De fato, Zé Flávio é uma das figuras históricas do rock e da MPB gaúchos, uma verdadeira lenda viva. Além de compositor seminal, também é um dos melhores guitarristas já revelados por estas bandas. Afortunadamente, o Zé resgata alguns de seus clássicos no CD, que foi produzido pelo baixista Nico Bueno, e está recheado de participações especiais e de grandes performances de ótimos instrumentistas da cena porto-alegrense. Na bolachinha, Zé repaginou canções da época em que era o band leader de grupos como “Em Palpos de Aranha” e o “Mantra”, e que foram ao ar em meados dos anos 70 pelas ondas da Rádio Continental AM (no programa do Mr. Lee, personagem encarnado pelo radialista Júlio Fürst), bem como clássicos do rock gaúcho gravados pelos “Almôndegas”, grupo a que finalmente passou a integrar, a partir do terceiro LP gravado pelo grupo. E no disco Zé também bem demonstra a sua excelência e virtuosismo como guitarrista (após o fim do Almôndegas, Zé acompanhou a dupla Kleiton e Kledir, Elba Ramalho, Emílio Santiago, enfim, uma infinidade de artistas brasileiros). Misturando rock, samba, blues, influências latinas, etc. em suas composições, Zé faz um apanhado de algumas de suas principais canções no disco, que é item obrigatório para quem quiser entender o que é o rock gaúcho. Em que pese o CD tenha cumprido um papel espetacular, no sentido de resgatar o trabalho desta figura ímpar, os fãs (dentre os quais me incluo, naturalmente) ainda ficaram carentes de versões mais roqueiras de “Rock e Sombra Fresca no quintal” e da “Canção da Meia-Noite” (que no disco vem em versão instrumental, assemelhada a uma suíte), e do clássico minimalista “Dói em Mim”. Quem sabe no próximo disco, né Zé? O CD do Zé Flávio é um clássico absoluto, não deixe de ouvir.

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Resenhas BRGF: CD “Fingerprint”, de Zé Flávio

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O lançamento do CD “Fingerprint”, de Zé Flávio, vem cobrir uma lacuna enorme que havia na discografia gaúcha do século XX, uma vez que se trata de um dos melhores compositores de rock, pop e MPB da história da música feita no RS. Mas nem por isso deixa de ser um produto do século XXI, atualíssimo. De fato, Zé Flávio é uma das figuras históricas do rock e da MPB gaúchos, uma verdadeira lenda viva. Além de compositor seminal, também é um dos melhores guitarristas já revelados por estas bandas. Afortunadamente, o Zé resgata alguns de seus clássicos no CD, que foi produzido pelo baixista Nico Bueno, e está recheado de participações especiais e de grandes performances de ótimos instrumentistas da cena porto-alegrense. Na bolachinha, Zé repaginou canções da época em que era o band leader de grupos como “Em Palpos de Aranha” e o “Mantra”, e que foram ao ar em meados dos anos 70 pelas ondas da Rádio Continental AM (no programa do Mr. Lee, personagem encarnado pelo radialista Júlio Fürst), bem como clássicos do rock gaúcho gravados pelos “Almôndegas”, grupo a que finalmente passou a integrar, a partir do terceiro LP gravado pelo grupo. E no disco Zé também bem demonstra a sua excelência e virtuosismo como guitarrista (após o fim do Almôndegas, Zé acompanhou a dupla Kleiton e Kledir, Elba Ramalho, Emílio Santiago, enfim, uma infinidade de artistas brasileiros). Misturando rock, samba, blues, influências latinas, etc. em suas composições, Zé faz um apanhado de algumas de suas principais canções no disco, que é item obrigatório para quem quiser entender o que é o rock gaúcho. Em que pese o CD tenha cumprido um papel espetacular, no sentido de resgatar o trabalho desta figura ímpar, os fãs (dentre os quais me incluo, naturalmente) ainda ficaram carentes de versões mais roqueiras de “Rock e Sombra Fresca no quintal” e da “Canção da Meia-Noite” (que no disco vem em versão instrumental, assemelhada a uma suíte), e do clássico minimalista “Dói em Mim”. Quem sabe no próximo disco, né Zé? O CD do Zé Flávio é um clássico absoluto, não deixe de ouvir.

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Resenhas BRGF: “Viola POP ROCK”, de Carlinhos Weiss

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Muito legal o CD “Viola POP ROCK”, lançamento do querido Carlinhos Weiss.

Conheci o Carlinhos quando participei, lá por 1997, de um projeto na Cia. de Arte, na subida da Rua da Praia, e ele era o técnico em atuação na casa. Extremamente simpático e competente, o Carlinhos é um cara que cativa a gente de primeira. Tive a honra de dedicar um especial ao belo trabalho de sua banda “Ecovox” no programa “Paralelo 30”, que produzia na Radioweb “Buzina do Gasômetro”. A banda apresentava uma proposta diferenciada, de unir o rock gaúcho com os temas ecológicos, com um belo resultado.

Pois bem, em sua nova empreitada o Carlinhos mistura o rock gaúcho com a sonoridade acústica da viola mineira e do acordeon. É verdade que, em relação às composições propriamente ditas, o disco puxa mesmo mais para o pop rock e menos para as modas de viola. De toda forma, a mistura, no aspecto sonoro, apresenta-se bem agradável, e o Carlinhos, bem como a galera que participou das gravações, conseguiram produzir um CD de sabor estradeiro, gostoso de ouvir, especialmente durante uma viagem. Estão de parabéns.

Abaixo, aproveito uma exposição mais detalhada da trajetória do Carlinhos, bem como outros detalhes da produção do CD, que copiei colei do site “Dia do Músico”, ao qual faço remissão, para evitar a tautologia.

 

Biografia

Filho de agricultores, Carlinhos Weiss é natural de Praia Grande, SC. Aos quatros anos de idade, mudou-se com os pais para Alvorada, Região Metropolitana de Porto Alegre, RS. Aos 10 anos, aprendeu a tocar viola caipira com o pai. Tendo como referências musicais duplas sertanejas como: Tonico e Tinoco, Léo Canhoto e Robertinho, Zilo e Zalo, Tião Carreiro e Pardinho, entre outras, cantou em dupla com o pai por quatro anos em rodas de amigos e familiares.
Por volta dos 14 anos, influenciado por um vizinho DJ – que ouvia vinis de Beatles, Rolling Stones, Elvis Presley, Os Mutantes, Renato e Seus Blue Caps, Os Incríveis, Roberto Carlos e vários artistas da Jovem Guarda, Carlinhos descobre a energia do rock n’ roll, e troca sua viola por uma guitarra elétrica.
De forma autodidata e também com aulas complementares, aperfeiçoou seus estudos com o guitarrista Duca Leindecker (Bandalheira, Cidadão Quem e Pouca Vocal) e no Curso de Teoria e Solfejo da Ordem dos Músicos, sendo associado desde 1990.
Carlinhos fundou e liderou as bandas Pedra Angular, Eszfinge de Cristhal (com o hit musical lançado no Verão de 1991 e um single produzido por Duca Leindecker) e V8.
No mesmo ano, se exonerou de um emprego público para investir no meio musical. Por acreditar na música autoral,sempre teve a preocupação com o registro fonográfico das músicas. Embora estivesse inserido e vivendo na mesma época em que o Rock Gaúcho estourava em nível nacional, a distância do circuito e a falta de produtores que quisessem investir em novo trabalho, fizeram com que Carlinhos criasse a sua própria empresa de produções artísticas, a JCA Produções.
Morando na periferia de Alvorada, um dos municípios mais pobres do Rio Grande do Sul,conhecida como cidade dormitório, Carlinhos começou a trilhar seu caminho como músico e empreendedor artístico e cultural. Nesta época, também trabalhou como técnico de som. Por volta de 1994, juntamente com mais dois amigos, fundou a empresa Cia. do Som – que atuava na sonorização de eventos musicais. Na transição da gravação analógica para a digital, fundou o estúdio Audio Laser em 1996, criando uma alternativa aos grandes estúdios de Porto Alegre ao oferecer a mesma qualidade técnica. Desde então, começou a desenvolver projetos na área de produção musical e fonográfica. Produziu o CD Movimento Rock Zona Norte(selecionado pelo Fumproarte) e outros discos de artistas independentes.
Em 2000, os músicos regionalistas descobriram o estúdio Audio Laser – que apresentava um formato simples e humano, baseado no atendimento da equipe familiar formada por Carlinhos, seu irmão Saul Jones,sua mãe e seu amigo e parceiro musical Mário Hunter. O estúdio firmou-se no mercado regionalista, tendo gravado mais de 300 CDs e 50 DVDs de praticamente todos os grandes nomes da música regionalista, como: Gaúcho da Fronteira, Porca Véia, João Luiz Corrêa, Osvaldir e Carlos Magrão, Joca Martins, Wilson Paim, Luiz Carlos Borges, Renato Borghetti, Os Serranos, Marenco, Os Fagundes, entre outros. Os discos produzidos no estúdio Audio Laser ganharam vários prêmios Açorianos, discos de ouro, indicações ao Prêmio da Música Brasileira e ao Latim Grammy.
Em 2007, Carlinhos funda o Instituto Ecovox, coletivo formado por educadores e músicos. A entidade sem fins lucrativos visa a promoção da educação, além de projetos na área ambiental e cultural. A Banda Ecovox constituiu o primeiro projeto do instituto. O grupo, do gênero Pop Rock, canta exclusivamente músicas de conscientização ambiental. Em 2008, a Banda Ecovox lança o CD Preservar ou Morrer, tendo Carlinhos como vocalista e um dos principais compositores do disco.
O projeto VIOLA POP ROCK
Sem nenhuma pretensão de produzir músicas de forma profissional, em 2009 Carlinhos comprou uma violinha caipira para tocar uns acordes com seu pai.
O projeto Viola Pop Rock nasceu em 2011, quando mostrou algumas músicas (compostas em parceria com Mário Hunter) para o produtor Ivan Miyazato – que atua na área do sertanejo universitário no centro do pais.
Na época Carlinhos pediu para um cantor sertanejo local colocar voz nas músicas. Por um desses desencontros do destino, o cantor não pode gravar, e Carlinhos teve que colocar sua própria voz nas músicas, pois Ivan estava para chegar ao Sul no outro dia. Seu jeito de cantar (com o sotaque do rock gaúcho) e a fusão do acordeom soaram de forma bem diversa do sertanejo universitário. As músicas não foram aproveitadas pelo produtor, mas a mistura sonora com o acordeom deixou Carlinhos inquieto com a sonoridade obtida. O fato do produtor Mauro Almeida ter uma vez lhe dito que tocava viola com pegada de guitarrista foi um dos fatores determinantes para que Carlinhos experimentasse fazer suas músicas apenas com viola caipira, deixando de lado as guitarras elétricas e os violões usados no rock. Seu envolvimento com a música tradicionalista e amizade com músicos desse segmento, em especial com os acordeonistas Luciano Maia, Lincon Ramos, Luizinho Corrêa e Luciano Camargo, fizeram com que resolvesse substituir o teclado elétrico pelos acordeons acústicos – que no contexto sonoro dos arranjos fazem tanto a base para a levada das violas, como os solos de melodias que seriam das guitarras e muitas vezes até dialogam com a viola no mesmo solo da musica.
O CD VIOLA POP ROCK
O CD Carlinhos Weiss – Viola Pop Rock é uma mistura sonora das vivências musicais desse catarinense aquerenciado no Rio Grande do Sul, apaixonado pela vida e pela música. “Quando a música é feita com alma, transcende os estilos musicais”,explica.
O subtítulo Histórias de Amor, Violas, Acordes e Rock n’ roll complementa o título (que apenas identifica a maneira como a viola caipira é tocada – Pop Rock).
Com dez músicas autorais, sendo nove cantadas e uma instrumental, Viola Pop Rock tem letras assinadas por Carlinhos Weiss e Mário Hunter, sendo que oito canções trazem o amor como tema.
O CD foi gravado com duas violas em afinações diferentes (Rio abaixo e Cebolão em Ré), acordeom, baixo e bateria.
O time que gravou o CD é formado por músicos profissionais e renomados no meio musical, como os acordeonistas Luciano Maia, Luizinho Corrêa, Lincon Ramos e Luciano Camargo. A groove ficou por conta de Cesar Moraes no baixo e Luciano Freitas na bateria. Carlos Dallastra fez a segunda viola caipira e o guitarrista Rafael Brasil a viola Slider. O time de backings vocal foi composto por dois integrantes do Vocal 5 (Eduardo Alves e Karine Rodrigues), Cláudia Dalpias colarista soprano lírico e Alemão Pedro na segunda voz. Carlinhos tocou viola caipira afinada em Rio Abaixo e cantou todas as músicas.
O CD foi gravado no estúdio Audio Laser por Saul Jones, que também assina o projeto como produtor.
A primeira faixa do CD “ESSA MODA ROCK”, descreve exatamente a proposta de Carlinhos de misturar o rock na viola caipira. A gravação teve a participação do violeiro Ricardo Vignini, referência em viola caipira contemporânea e da violeira mineira e cantora sertaneja Nayra Days. A música ganhou um clipe com a participação de Nayra Days, com filmagens em Alvorada e Porto Alegre – RS.
A canção UM CAIPIRA NA CIDADE é uma homenagem de Carlinhos às pessoas que deixaram o campo e vieram morar na cidade.
No tema instrumental MEIA POLEGADA – O rock do vô Nino, Carlinhos homenageia seu pai Nino Alves, que lhe ensinou a tocar viola caipira e sempre que podia tirava uma “onda” – dizendo que ia fazer um rock na viola.

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